No mês de Maio, é realizada a campanha do Maio Laranja, mês de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, trazendo esse tema para nos conscientizar de que infelizmente é uma realidade e acontece com frequência.
Lembrando que para ser considerado abuso sexual, não precisa necessariamente ter acontecido o contato físico, como por exemplo, o assédio sexual e telefonemas obscenos.
Durante o período de pandemia houve um aumento significativo dos casos, pois de 85% a 95% das denúncias, os agressores são pessoas próximas à criança, sendo pais, familiares, vizinhos e devido a necessidade do isolamento, a criança acaba ficando mais exposta a esses riscos, por ter que conviver com o próprio agressor, muitas vezes.
Temos que ficar muito atentos com a perigosa atitude de desconsiderar a fala da criança!
Já é muito difícil tanto para a criança como o adulto, conseguir contar para alguém sobre os abusos que sofre ou sofreu, devido aos sentimentos que ocorrem comumente como culpa, vergonha, medo, tanto pelo julgamento das outras pessoas, como medo do abusador, pois o mesmo acaba fazendo ameaças, ou seja, além de sofrer violência física, sexual, também passa por violência psicológica.
Em vários casos, quando ela consegue falar isso para alguém que considere de sua confiança, ela é desacreditada, e a porcentagem de crianças que mentem ou inventam tal situação é bem pequena, em torno de 6%. Então, além de conviver com a situação do abuso, ainda tem que passar por isso em silêncio e lidar sozinha, pois se vê na situação de que: Se a pessoa que eu confio, não acreditou em mim, quem vai acreditar?
E o calar frente a essa situação, somente agrava as consequências ocasionados pelo abuso.
Por isso, precisamos estar sempre atentos ao que acontece com os nossos pequenos, aos mínimos indicadores e procurar sempre fortalecer a relação de confiança com as crianças, para que elas se sintam seguras para conversar sobre o que for necessário.
Um grande aliado à prevenção é a educação sexual dos pequenos, que visa inicialmente reconhecer as partes do corpo e posteriormente saber sobre as partes privadas do mesmo.
Procure a ajuda de um profissional sempre que precisar, seja para lidar com a situação de abuso que tenha acontecido com você ou se tiver ocorrido com alguém próximo, oriente sobre buscar um profissional para auxiliá-lo e esteja ciente de que, se você foi a pessoa escolhida pela vítima para conversar sobre isso, o acolhimento é o primeiro grande passo de todo o processo terapêutico dessa vítima.
Denúncias de exploração e abusos sexuais podem ser feitas através do disque 100 e também no Conselho Tutelar da sua cidade.
Patricia Meneguessi Miatello Garcia
CRP: 06/137421